segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O que é o Arminianismo?



O que é o Arminianismo?


1. O Arminianismo?

  A posição de Jacob Armínio (1560-1609) e seus seguidores – frequentemente conhecidos como remonstrantes – quanto à graça, o livre-arbítrio, à predestinação e à perseverança dos crentes. Armínio era um teólogo calvinista holandês que, em todos aqueles pontos nos quais a tradição reformada diferia da católica ou da luterana, continuou sendo calvinista. É importante recordar isso, visto que frequentemente se diz que o arminianismo é o contrário do calvinisrno, quando na realidade tanto Arrnínio como seus seguidores eram calvinistas em todos os pontos, exceto nos que debatiam. Além disso, é necessário notar que o debate envolvia também o interesse de um dos grupos em sublinhar o calvinismo estrito a fim de salvaguardar a independência recentemente conquistada do país, enquanto que o outro buscava posições que tornassem mais fácil para o país comercializar com outros que não fossem estritamente calvinistas. Em parte, por essa razão, os calvinistas estritos fundamentavam seus argumentos sobre as Escrituras, e o princípio da justificação só pela graça, construindo sobre isso um sistema rigidamente lógico e racional, enquanto seus opositores desenvolveram argumentos igualmente coerentes fundamentados sobre os princípios geralmente aceitos da religião – razão pela qual em certo modo foram precursores do racionalismo.
Os Debates.


  Armínio envolveu-se em um debate quando resolveu refutar as opiniões daqueles que rejeitavam a doutrina calvinista estrita da predestinação. Mas então se convenceu de que eram eles que tinham razão, e se tornou o principal defensor dessa posição. Os calvinistas estritos que se opuseram a ele e que mais tarde condenaram seus ensinamentos eram supralapsarianos. Sustentavam que Deus havia decretado antes de tudo a eleição de alguns e a reprovação de outros, e depois havia decretado a queda e suas consequências, de tal modo que o decreto inicial da eleição e reprovação pudesse ser cumprido. Também sustentavam que as consequências da queda são tais que toda a natureza humana está totalmente depravada, e que o decreto da predestinação é tal que Cristo morreu unicamente pelos eleitos, e não por toda a humanidade. Em princípio, Armínio tratou de responder a essas opiniões adotando uma posição infralapsariana; mas logo se convenceu de que isso não bastava. Criticou então seus adversários argumentando, em primeiro lugar, que sua discussão dos decretos da predestinação não era suficientemente cristocêntrica, visto que o verdadeiro grande decreto da predestinação é aquele “pelo qual Cristo foi destacado por Deus para ser o salvador, a cabeça e o fundamento daqueles que herdarão a salvação”; e, em segundo lugar, que a predestinação dos fiéis por parte de Deus baseia-se em sua presciência de sua fé futura.
A Doutrina.
   
 Visto que a doutrina da predestinação de seus opositores se fundamenta na primazia da graça, e de uma graça irresistivel, Armínio respondeu propondo uma graça “preveniente” ou “preventiva”, que Deus dá a todos, e que os capacita para aceitar a graça salvadora se assim decidirem. E, visto que a graça não é irresistivel, isso implica que é possível um crente, mesmo depois de haver recebido a graça salvadora, cair dela. Foi contra todas essas propostas dos arminianos que o Sínodo de Dordrecht, ou de Dort (1618-19) afirmou os cinco pontos principais do calvinismo estrito, a depravação total da humanidade, a eleição incondicional, a expiação limitada por parte de Cristo, a graça irresistivel, e perseverança dos fiéis.
As Teorias de Armínio.

   As teorias de Armínio foram adotadas por vários teólogos de tradição reformada que não estavam dispostos a levar seu calvinismo às consequências que Dordrecht as havia levado. O mais destacado entre eles foi João Wesley (1703-91). Entre os batistas ingleses, aqueles que aceitaram o arminianismo receberam o nome de “batistas gerais”, porque insistiam que Cristo morreu por todos, enquanto que aqueles que ensinavam a expiação limitada foram chamados “batistas particulares”.
2. Sobre Jacob Armínio?
 Um teólogo holandês. Arminius nasceu em Oudewater (18 m. em direção ao leste e nordeste de Roterdã) em 10 de outubro de 1560 e morreu em Leiden em 19 de outubro de 1609. Após a morte prematura de seu pai ele foi morar com Rudolphus Snellius, professor em Marburg. Em 1576 retornou para casa e estudou teologia em Leiden sob Lambertus Danæus. Aqui ele passou seis anos, até que recebeu autorização dos burgomestres de Amsterdã para continuar seus estudos em Genebra e Basel sob Beza e Grynæus. Ele fez preleções sobre a filosofia de Petrus Ramus e a Epístola aos Romanos. Sendo chamado de volta pelo governo de Amsterdã, em 1588 ele foi nomeado pregador da congregação reformada. Durante os quinze anos que passou aqui, ele obteve o respeito de todos, mas suas concepções sofreram uma mudança. Sua exposição de Rm 7 e 9 e seu pronunciamento sobre a eleição e reprovação foram considerados ofensas. Seu colega, erudito mas irascível, Petrus Plancius se opôs a ele em particular. Disputas surgiram no consistório, que temporariamente foram impedidas pelos burgomestres.
   Arminius foi suspeito de heresia porque considerava o consentimento com os livros simbólicos como não unificadores e estava pronto a conceder ao Estado mais poder nas questões eclesiásticas do que os rígidos calvinistas gostariam de admitir. Quando dois dos professores da Universidade de Leiden, Junius e Trelcatius, morreram (1602), os administradores chamaram Arminius; e Franciscus Gomarus, o único professor de teologia vivo, protestou, mas ficou satisfeito após uma entrevista com Arminius. O último assumiu suas obrigações em 1603 com um discurso sobre o ofício sumo sacerdotal de Cristo, e se tornou doutor em teologia. Mas as disputas dogmáticas foram renovadas quando Arminius realizou palestras públicas sobre a predestinação. Gomarus se opôs a ele e publicou outras teses. Sucedeu uma grande agitação na universidade e os estudantes foram divididos em dois partidos. Os ministros de Leiden e de outros locais participaram da controvérsia, que se tornou geral. Os calvinistas queriam que a questão fosse decidida por um sínodo geral, mas os Estados Gerais não queriam fazê-lo. Oldenbarneveldt, o estadista liberal holandês, deu em 1608 a ambos os oponentes oportunidade para defender suas opiniões diante da suprema corte, e o veredicto pronunciado foi que, visto que a controvérsia não tinha qualquer relação com os pontos principais relativos à salvação, cada um deveria ser indulgente com o outro. Mas Gomarus não se renderia. Até os Estados da Holanda tentaram realizar uma reconciliação entre os dois, e em agosto de 1609, ambos os professores e quatro ministros foram convidados para fazer novas negociações. As deliberações foram primeiro mantidas oralmente, sendo depois continuada por escrito, mas foram encerradas em outubro com a morte de Arminius.
Os Posicionamentos de Armínio.

  Em suas Disputationes, que foram parcialmente publicadas durante sua vida, parcialmente após sua morte, e que incluíam toda a seção de teologia, assim como em alguns discursos e outros escritos, Arminius clara e diretamente definiu sua posição e expressou sua convicção. No geral estes escritos são um belo testemunho de sua erudição e sagacidade. A doutrina da predestinação pertencia aos ensinos fundamentais da Igreja Reformada; mas a concepção dela afirmada por Calvino e seus partidários, Arminius não poderia adotar como sua. Ele não queria seguir um desenvolvimento doutrinário que tornava Deus o autor do pecado e da condenação dos homens. Ele ensinava a predestinação condicional e atribuiu mais importância à fé. Ele não negava nem a onipotência de Deus nem sua livre graça, mas ele considerava que era seu dever preservar a honra de Deus, e enfatizar, baseado nas claras expressões da Bíblia, o livre-arbítrio do homem bem como a verdade da doutrina do pecado. Nestas coisas ele estava mais do lado de Lutero do que de Calvino e Beza, mas não pode ser negado que ele expressou outras opiniões que foram vigorosamente contestadas como sendo afastamentos da confissão e do catecismo. Seus seguidores expressaram suas convicções nos famosos cinco artigos que eles apresentaram diante dos Estados como sua justificação. Chamados de remonstrantes, por causa destas Remonstrantiæ, eles sempre se recusaram a ser chamados de arminianos.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Predestinação: Os erros da doutrina do calvinismo

  1. Há muitos textos na palavra que dizem que mesmo alguém que alcançou a salvação, pode perde-la por causa da infidelidade: “Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Apocalipse 3:11). Da mesma forma textos como os de 2 Pedro 2:20-22 e Hebreus 6:4-7 somam-se a isto. Os calvinistas dizem que Cristo adquiriu a salvação apenas para alguns, mas vemos em textos como os de Hebreus 2:9 e Ezequiel 18:23, 32 e 33:11 nos mostrando que o sacrifico de Jesus foi para toda humanidade, assim tanto os que se salvam como os que perecem, tais conseqüências se dão por própria escolha. 
  2. A doutrina da predestinação defende que os acontecimentos futuros, até mesmo as ações pecaminosas das pessoas são decretados por Deus. Este argumento não somente peca contra os ensinos das Escrituras como ofende os princípios da filosofia. Ora, se Deus decretasse que os seres humanos praticassem ações pecaminosas, Ele seria o autor do pecado. Este sistema como se vê, destrói toda a distinção de justiça e injustiça, ao tornar Deus injusto. 
  3. A bíblia nos mostra claramente que o caminho, bem como seu resultado depende do homem. Deuteronômio 30:19 diz: “Tenho posto a vida e a morte, a benção e a maldição; escolhe pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente – Na verdade Deus quer que todos se salvem, mas isto não depende Dele, o que Ele fez foi abrir o caminho, entrar nele depende de mim e de você. A doutrina calvinista usa alguns textos para sustentar esta crença, mas de modo errado, eles dão interpretações completamente fora do contexto. Jacó e Esaú: o texto de Romanos 9:11-14, onde mostra a escolha de Deus por Jacó e não Esaú, não está relacionada com vida ou morte eterna do indivíduo como eles dizem, e sim relacionada com a posterioridade de Jacó (Gênesis 25:23). Fala-se de nações, e não salvação individual. Faraó: a leitura de Romanos 9:17-24 nos mostra um endurecimento à Faraó por parte de Deus. Os calvinistas sustentam que o faraó aqui é um exemplo de eterna reprovação, alguém criado com o expresso propósito de mostrar que Deus pode condenar quem quiser ao castigo eterno. Tal entendimento está completamente equivocado. A questão aqui não é a destruição eterna de faraó, mas o livramento do povo de Israel. O propósito d Deus é “em ti mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda terra”, não provar que o monarca estava condenado. Faraó se mostrou arrogante contra ao Senhor, por este motivo, Deus determinou mostrar o Seu poder na vida de faraó. Assim podemos dizer que, Deus endurece o coração de alguém quando este lhe dispensa misericórdia e a pessoa resiste. 
  4. A conseqüência natural é que ela se tornará ainda mais endurecida que antes (Romanos 2:4-5). Para concluir o artigo, digo que ainda mais coisas que poderia refutar aqui, vamos porém ficar com estas, pois creio que só com isto dá para perceber que a doutrina calvinista é muito falha e não pode servir de base para ninguém que segue as Escrituras Sagradas.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Contradições do Calvinismo

DEUS PODE DEIXAR-SE LIMITAR 

De acordo com o calvinismo, se um homem resiste a Deus ou impede Seus propósitos então Deus não é mais um Deus Soberano e o homem deve ser Soberano. Assim eles afirmam ser impossível um homem aceitar ou rejeitar a salvação de Deus. Mas o fato é que a Bíblia diz que o homem resiste e rejeita Deus a cada momento e isto tem ocorrido desde os primórdios de sua história. Adão rejeitou a Palavra de Deus. Caim a rejeitou, a geração de Noé a rejeitou. Os homens reunidos na Torre de Babel a rejeitaram. Quando o salmista conta a experiência de Israel no deserto ele enfatiza o fato de que Israel não fez a vontade de Deus. Ele os descreve como "geração obstinada e rebelde" (Sl 78:8) que "se recusou a caminhar em Sua lei" (Sl 78:10).
"eles limitaram o Santo de Israel" (Sl 78:41). De acordo com o pensamento calvinista, isto não é possível e, se fosse possível, significaria que Deus não é soberano, mas é óbvio que o calvinismo está errado em ambos os relatos. Pois o fato de Deus ter soberanamente feito o homem à Sua imagem com uma vontade e uma habilidade para fazer escolhas reais, e o fato de Deus soberanamente permitir aos homens exercerem sua vontade mesmo na questão de receber salvação, nada disso não torna Deus nem um pouco menos soberano do que se Ele tivesse criado um robô.
 O calvinismo alega que o homem pode resistir a Deus em algumas coisas mas não em questões de salvação. Se o homem pode resistir e rejeitar e limitar Deus de alguma forma e se mesmo assim Deus pode ainda ser Deus, então Deus pode ainda ser Deus se Ele oferece salvação a todos e alguns a recebem e alguns a rejeitam, como a Bíblia diz tão claramente: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida. (Ap 22:17 ACF).

JESUS QUERIA, MAS ISRAEL NÃO QUIS E NÃO ACONTECEU. 

 "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!" (Mt 23:37 ).
Fica claro que era a vontade de Deus salvar Israel em toda a sua história e Ele enviou-lhe Seus profetas, mas Ele foi recusado. Cristo queria porém Israel não queria. Sabendo que Cristo é Deus, isto nos ensina que a vontade de Deus poderá ser pode ser resistida pela vontade do homem?
Vejamos o que diz Arthur Pink diz: "Mas aquelas lágrimas manifestam um Deus desapontado? Não! De verdade! Ao invés, elas mostram um Homem perfeito" ("A Soberania de Deus" pág. 199). Assim, de acordo com o calvinismo, a afirmativa de Jesus em Mt 23:27 não ensina que a vontade de Deus foi a frustrada pela vontade do homem mas simplesmente expressa o lado humano da natureza compassiva de Jesus. Dizer que Jesus estava falando, em Mt 23:27, como homem mas não como Deus, é herético. O próprio Jesus disse a seus discípulos: “... Quem me vê a mim vê o Pai, ...” “Eu estou no pai e o Pai está em mim”. (Jo 14:9 ). Em Mt 23:27 Jesus está falando como o eterno Filho de Deus, sim, como Deus Jeová, como o mesmo Deus que enviou os profetas a Israel em toda a sua carreira rebelde e que desejou dar-lhe Sua paz, mas eles não quiseram.

OS JUDEUS RESISTIRAM AO ESPÍRITO SANTO  

"Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais." (At 7:51).
Estevão acusa os judeus de resistirem ao Santo Espírito. Novamente vemos que o Santo Espírito luta com os homens e que eles resistiram deliberadamente. O calvinismo responde a isso afirmando que a "escravidão da vontade" opera em via única, significando que o não salvo podem rejeitar a verdade, mas não podem, por outro lado mesmo se o quiserem fazer, receber a verdade. Segundo esse pensamento, só aos eleitos é dada a habilidade de crer no evangelho enquanto os não eleitos são deixados em sua condição Totalmente Depravada com sua vontade escravizada e incapaz de crer. Mas em local nenhum a Bíblia ensina isto. Ao invés, do início ao fim da Bíblia, de Caim até os que seguem o anticristo, os homens são chamados por Deus e se espera que respondam e obviamente estejam aptos a responder, e são condenados quando não o fazem. Que alguns respondem, e outros não respondem, à luz que Deus dá, não é porque somente alguns são pré-ordenados a responder.

JESUS REPREENDEU AS CIDADES DE ISRAEL PORQUE ELAS NÃO SE ARREPENDERAM 

“Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. 22 Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. 23 E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. 24 Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti." (Mt 11:20-24 ).
Jesus não trata com os homens à base da eleição soberana e da reprovação soberana. Ele tratava com os homens à base da responsabilidade humana para responder ao divino chamado ao arrependimento. Cristo ensina aqui que os homens não só são responsáveis por se arrepender, mas também podem se arrepender se quiserem.
Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam”. (At 17:30). Ora se Deus elegeu alguns para a salvação e deixou os demais a mercê do diabo então não há porque este versículo está na Bíblia, visto que eles não podem arrependerem-se. Pra que anunciar a todos os homens e em todo o lugar que se arrependam?

DEUS CONVIDA TODOS, DE TODOS OS TERMOS DA TERRA, PARA SEREM SALVOS 

Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro." (Is 45:22 ).
Se palavras significam alguma coisa, este convite divino universal significa que Deus deseja ansiosamente salvar todos os homens e todos os homens podem ser salvos, e isto estava escrito durante a dispensação do Antigo Testamento, antes da vinda de Cristo.

O CONVITE DE DEUS A TODOS OS HABITANTES DA TERRA É UM CONVITE NÃO UMA ELEIÇÃO.

1-              Oh vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. (Is 55:1).
2-              E o espírito e a esposa dizem: vem. E quem ouve, diga: vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida. (Ap 22:17).
Como em todas as outras passagens onde um convite geral é dado aos homens para serem salvos, o calvinismo tenta limitar esta passagem aos eleitos, mas é impossível fazê-lo. Este convite não é particular, mas coletivo para todos que têm sede. O convite é estendido não meramente pelo Deus de Israel, mas pelo Deus do Universo, o Deus que "fez a terra e criou o homem sobre ela" (Is 45:12), o mesmo Deus que disse num verso anterior: "Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra: porque Eu sou Deus e não há outro" (Is 45:22 ). Vemos claramente que este convite é universal, jamais podemos interpretar essas passagens como sendo para os eleitos.

O AMOR DE DEUS FOI MANIFESTO A TODOS OS HOMENS DE IGUAL MODO

“E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus." (Jo 3:14-18).
Arthur Pink é típico ao afirmar que o mundo, nesta passagem: "não significa toda a família humana", mas que é "é usado de modo geral" e ela "deve, em última análise, se referir ao mundo do povo de Deus" (A Soberania de Deus, págs 203-204).
Ao contrário, sabemos que o "mundo" (Jo 3:16) aqui significa todos os homens.

Primeiro, a universalidade desta passagem é clara pela expressão "para que todo aquele que" uma só palavra, em grego, que é usada duas vezes no contexto. Se o termo "mundo" é usado para significar algo diferente que todo o mundo dos homens, o termo "para que todo aquele que" se torna sem sentido. Se "todo aquele que" não significa "todo aquele que", então as palavras da Bíblia não têm significado certo e tudo é lançado à confusão. O calvinismo diz que só aqueles que são soberanamente eleitos crerão, mas a Bíblia diz quem quer que creia será salvo.
Segundo, a universalidade do "mundo" nesta passagem é clara pela tipologia que é usada. A serpente de bronze que foi levantada por Moisés no deserto foi suficiente para a salvação de todos os judeus que foram picados pelas cobras, mas só aqueles que olharam para ela [a serpente de bronze] pela fé foram salvos. Da mesma maneira, a salvação que Jesus comprou no Calvário é suficiente para salvar todos os pecadores, porem esses crêem para receber essa tão grande salvação.

DEUS QUER QUE TODOS OS SERES HUMANOS SEJAM SALVOS 

" Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade." (1Tm 2:3-4).
O que este versículo significa? Não há razão para crer que signifique outra coisa senão exatamente o que diz. É à vontade e desejo soberanos de Deus que todos os homens sejam salvos. Claro, o calvinista tem todo o tipo de meios pelos quais ele conclui sobre o ensino claro de II Pe 3:9 e I Tm 2:3-4, mas só alguém comprometido com o calvinismo interpretaria a Escritura dessa forma. Por exemplo, alguns calvinistas afirmam que Deus tem dois tipos de vontade: "decretiva". Embora Ele deseje realmente que todos os homens sejam salvos, Ele só decretou que os eleitos sejam salvos. Assim, quando II Pe 3:9 e I Tm 2:3-4 dizem que Deus não quer que qualquer pereça e que Ele quer que todos os homens sejam salvos, isto é meramente Sua vontade "desiderativa", enquanto só os pecadores eleitos que caem na categoria de Sua vontade "decretiva" serão realmente salvos porque são os únicos, que são soberanamente regenerados e recebem o "dom da fé". Claro esta intransigente tentativa de reconciliar I Tm 3:3-4 e II Pe 3:9 com o calvinismo realmente cria mais problemas que os resolve, porque admite que a vontade desiderativa de Deus não será cumprida.

JESUS FEZ PROPICIAÇÃO POR TODOS OS HOMENS E NÃO SÓ PELOS ELEITOS

"E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo." (1Jo 2:2).
Esta passagem é dirigida "aos meus filhinhos" e aqueles que têm "um advogado com o Pai, Jesus Cristo, o justo" (1 João 2:1). Obviamente é dirigida, então, aos salvos ou àqueles que em outra passagem são chamados "os eleitos" (Col 2:12; II Tm 2:10). Portanto, quando I Jo 2:2 diz que Cristo "é a propiciação pelos nossos pecados: e não só pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo", a Bíblia está claramente afirmando que Cristo não morreu só pelos pecados dos eleitos. Todo o mundo significa todo o mundo!

A MORTE DE JESUS FOI POR TODOS OS HOMENS SEM EXCEÇÃO. 

"Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos." (Hb 2:9 ).

A SALVAÇÃO PODE SER NEGLIGENCIADA 

"Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;" (Hb 2:3).

Se a eleição é como o calvinista ensina e é uma questão do indivíduo ser soberanamente escolhido por Deus, como poderia o eleito negligenciar a salvação e como o não eleito poderia fazer outra coisa senão negar a salvação? Que sentido então tem este versículo?

Como podemos aceitar a ideia que Jesus morreu só pelos eleitos diante deste versículo Bíblico?

Como podemos crer em um Deus que, podendo salvar toda a humanidade, decide salvar apenas alguns? Isso não faz sentido.

Sendo o sacrifício de Cristo suficiente para salvar toda a humanidade, não seria incoerência afirmarmos que Deus resolveu salvar apenas alguns?


Os Cincos Pontos do Arminianismo

1. Deus elege ou reprova na base da fé prevista ou da incredulidade.
2. Cristo morreu por todos os homens, em geral, e em favor de cada um, em particular, embora somente os     que creem sejam salvos.
3. Devido à depravação do homem, a graça divina é necessária para a fé ou qualquer boa obra.
4. Essa graça pode ser resistida.
5. Se todos os que são verdadeiramente regenerados vão seguramente perseverar na fé é um ponto que necessita de maior investigação.

Os Cinco Pontos do Calvinismo

Os cinco pontos do Calvinismo podem ser resumidos pelo acrônimo TULIP, referente às iniciais dos pontos em inglês. Eles são a depravação total, a eleição incondicional, a expiação limitada, a graça irresistível e a perseverança dos santos. Aqui estão as definições e referências bíblicas que os calvinistas usam para defender as suas crenças:
  1.  T - Total Depravity - Depravação Total.
  2.  U - Unconditional Election - Eleição Incondicional.
  3.  L - Limited Atonement - Expiação Limitada.
  4.  - Irresistible Grace - Graça Irresistível.
  5.    P - Perseverance of Saints - Perseverança dos Santos.